a flecha de São Sebastião como Ogum de pênis/faca perfura o corpo da Glória das entranhas ao coração do Catete ao Largo do Machado onde aqui afora me ardo como bardo do caos urbano na velha aldeia carioca sem nenhuma palavra bíblica ou muito menos avaria orgasmo é falo no centro lá dentro da candelária (arturgomes)
terça-feira, 27 de setembro de 2011
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
O Delírio é a Lira do Poeta
Desde a primeira vez que pisaram juntos o palco, em 2006 para homenagear Mário Quintana, que Artur Gomes e May Pasqueti vem afinando a química que os envolve num diálogo refinado que vai do delírio do lírico ao delicado do Erótico. Eles já foram atração na Fenavinho, em 2007, com Celebração do amor em Estado de Vinho e Uva, e no Congresso Brasileiro de Poesia em Bento Gonçalves.
Em Bento Gonçalves voltaram a estar juntos em, 2009 e 2010, bem como no Parque das Ruínas em Santa Teresa – Rio de Janeiro no evento Pop Rock Poesia, onde foi filmado o vídeo abaixo. Este ano com um repertório que vai da poesia de Artur Gomes a Sérgio Sampaio, passando por Torquato Neto, Paulo Leminski, Adélia Prado e Affonso Romano de Sant´anna eles apresentam o espetáculo poético O Delírio é A Lira do Poeta se o Poeta Não Delira sua Lira não Profeta.
Delírio 1
de Dante a Chico Buarque
todos os poetas
já cantaram suas musas
Beatriz são muitas
Beatriz são quantas
Beatriz são todas
Beatriz são tantas
algumas delas na certa
também já foram cantadas
por este poeta insano e torto
pra lhes trazer o desconforto
do amor quando bandido
Beatriz são nomes
mas este de quem vos falo
não revelo o sobrenome
está no filme sagrado
na pele do acetato
na memória do retrato
Beatriz no último ato
da Divina Comédia Humana
quando deita em minha cama
e come do fruto proibido
todos os poetas
já cantaram suas musas
Beatriz são muitas
Beatriz são quantas
Beatriz são todas
Beatriz são tantas
algumas delas na certa
também já foram cantadas
por este poeta insano e torto
pra lhes trazer o desconforto
do amor quando bandido
Beatriz são nomes
mas este de quem vos falo
não revelo o sobrenome
está no filme sagrado
na pele do acetato
na memória do retrato
Beatriz no último ato
da Divina Comédia Humana
quando deita em minha cama
e come do fruto proibido
Delírio 2
te procurei na Ipiranga
não te encontrei na Tiradentes
nas tuas tralhas tuas trilhas
nos trilhos tortos do Braz
fotografei os destroços
na íris do satanás
a cara triste da Mooca
a vaca morta no trem
beleza no caos: urbana
beleza é isso também
meu bem ainda mora distante
deste bordel carnavalho
a droga a erva o bagulho
Tietê um tonto espantalho
não te encontrei na Tiradentes
nas tuas tralhas tuas trilhas
nos trilhos tortos do Braz
fotografei os destroços
na íris do satanás
a cara triste da Mooca
a vaca morta no trem
beleza no caos: urbana
beleza é isso também
meu bem ainda mora distante
deste bordel carnavalho
a droga a erva o bagulho
Tietê um tonto espantalho
Delírio 3
nossas palavras escorrem
pelo escorrer dos anos
estradas virtuais fossem algaravias
nosso desejo que não se concreta
e
eu tenho a fome entre os dedos
a sede entre os dentes
e a língua sobre a escrita
que ainda não fizemos
e o que brota desse amor latente
se o desejo é tua boca
no lençol dos dias?
pelo escorrer dos anos
estradas virtuais fossem algaravias
nosso desejo que não se concreta
e
eu tenho a fome entre os dedos
a sede entre os dentes
e a língua sobre a escrita
que ainda não fizemos
e o que brota desse amor latente
se o desejo é tua boca
no lençol dos dias?
Delírio 4
não sou iluminista nem pretender
eu quero o cravo e a rosa
cumer o verso e a prosa
devorar a lírica a métrica
a carne da musa
seja branca negra amarela
vermelha verde ou cafuza
eu sou do mato
curupira carrapato
sou da febre sou dos ossos
sou da Lira do Delírio
São Virgílio é o meu sócio
Pernambuco Amaralina
vida breve ou sempre vida/severina
sendo mulher ou só menina
que sendo santa prostituta
ou cafetina devorar é minha sina
e profanar é o meu negócio
eu quero o cravo e a rosa
cumer o verso e a prosa
devorar a lírica a métrica
a carne da musa
seja branca negra amarela
vermelha verde ou cafuza
eu sou do mato
curupira carrapato
sou da febre sou dos ossos
sou da Lira do Delírio
São Virgílio é o meu sócio
Pernambuco Amaralina
vida breve ou sempre vida/severina
sendo mulher ou só menina
que sendo santa prostituta
ou cafetina devorar é minha sina
e profanar é o meu negócio
Delírio 5
- essa estrada que vai dar
no mar dos teus mistérios
ou
essa estrada que vai dar
no mar dos teus silêncios
ou
apenas o caminho para o mar
na coluna vertebral
dos teus suplícios
ou
o poema puro ofício
de te oferecer amor, meu vício
e te querer estrada. sim
no mar dos teus mistérios
ou
essa estrada que vai dar
no mar dos teus silêncios
ou
apenas o caminho para o mar
na coluna vertebral
dos teus suplícios
ou
o poema puro ofício
de te oferecer amor, meu vício
e te querer estrada. sim
Federico Budelaire – viagens insanas
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
jazz free som balaio
ouvidos negros Miles
trumpete nos tímpanos
era uma criança forte
como uma bola de gude
era uma criança mole
como uma gosma de grude
tanto faz quem tanto não me fez
era uma ant/versão de blues
nalguma nigth noite uma só vez
trumpete nos tímpanos
era uma criança forte
como uma bola de gude
era uma criança mole
como uma gosma de grude
tanto faz quem tanto não me fez
era uma ant/versão de blues
nalguma nigth noite uma só vez
ouvidos brack rumo premeditando o breque
Sampa midinigth ou aversão de Brooklin
não pense aliterações em doses múltiplas
pense sinfonia em rimas raras
assim quando despertas do massificado
ouvidos vais ficando dançarina cara
ao ter-te arte nobre minha musa Odara
ao toque dos tambores ecos sub/urbanos
elétricos negróides urbanóides gente
galáxias relances luzes sumos pratos
delícias de iguarias que algum deus consente
aos gênios dos infernos que ardem arte
misturas de comboios das tribos mais distantes
de múltiplas metades juntas numa parte
Sampa midinigth ou aversão de Brooklin
não pense aliterações em doses múltiplas
pense sinfonia em rimas raras
assim quando despertas do massificado
ouvidos vais ficando dançarina cara
ao ter-te arte nobre minha musa Odara
ao toque dos tambores ecos sub/urbanos
elétricos negróides urbanóides gente
galáxias relances luzes sumos pratos
delícias de iguarias que algum deus consente
aos gênios dos infernos que ardem arte
misturas de comboios das tribos mais distantes
de múltiplas metades juntas numa parte
Artur Gomes
poeta.ator.vídeo.maker
Fulinaíma Produções
(22)9815-1266
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
injúria secreta
injúria secreta
suassuna no teu corpo
couro de cor compadecida
ariano sábio e louco
inaugura em mim a vida
pedra de reino no riacho
gumes de atalhos na pedreira
menina dos brincos de pérola
palavra acesa na fogueira
pós os ismos tudo é pós
na pele ou nas aranhas
na carne ou nos lençóis
no palco ou no cinema
o que procuro nas palavras
é clara quando não é gema
até furar os meus olhos
com alguma cascata de luz
devassa em mim quando transcende
lamparina que acende
e transforma em mel o que antes era pus
arturgomes
http://pelegrafia.blogspot.com
obs.: do livro inédito Juras Secretas, este poema será lançado na Antologia Poetas do Brasil – volume 13 na semana de 3 a 8 de outubro d 2011 na programação do XIX Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves-RS
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Leandro Fortes: jornalistas interditados
Por Leandro Fortes, no Brasília eu vi e Vi o Mundo
As relações arcaicas que ainda prevalecem nas redações brasileiras, sobretudo naquelas ancoradas nos oligopólios familiares de mídia, revelam um terrível processo de adaptação às novas tecnologias no qual, embora as empresas usufruam largamente de suas interfaces comerciais, estabeleceu-se um padrão de interdição ideológica dos jornalistas. Isso significa que a adequação de rotinas e produtos da mídia ao que há de mais moderno e inovador no mercado de informática tem, simplesmente, servido para coibir e neutralizar a natureza política da atividade jornalística no Brasil.
Baseados na falsa noção de que o jornalista deve ser isento, as grandes empresas de comunicação criaram normas internas cada vez mais rígidas para impedir a livre manifestação dos jornalistas nas redes sociais e, assim, evitar o vazamento do clima sufocante e autoritário que por muitas vezes permeia o universo trabalhista da mídia. Em suma, a opinião dos jornalistas e, por analogia, sua função crítica social, está sendo interditada.
Recentemente, a ombudsman da Folha de S.Paulo, Suzana Singer, opinou que jornalista não deveria ter Twitter pessoal. Usou como argumento o fato de que, ao tuitar algo “ofensivo”, o jornalista corre o risco de, mais para frente, ter que entrevistar o ofendido. A preocupação da ombudsman tem certa legitimidade funcional, mas é um desses absurdos sobre os quais me sinto obrigado a, de vez em quando, me debruçar, nem que seja para garantir o mínimo de dissociação entre a profissão, que tem caráter universal, e os guetos corporativos onde, desde os anos 1980, um sem número de manuais de redação passaram a ditar todo tipo de norma, inclusive comportamental, sobretudo para os repórteres.
Suzana Singer deu um exemplo prosaico, desses com enorme potencial para servir de case em cursinhos de formação de monstrinhos corporativos que pululam nas redações:
“Hoje o jornalista pode estar em um churrasco, com os amigos, e ser ofensivo com os palmeirenses porque eles ganharam o jogo de domingo. E na semana seguinte ele tem que ir entrevistar o presidente do Palmeiras. Ou seja, é uma situação muito desagradável, que poderia ter sido evitada se o repórter tivesse a postura adequada de não misturar as coisas. Não tem como ter dupla personalidade, separar a sua vida pessoal da profissional, assim como não dá para ter duas contas no twitter”.
Bom, primeiro é preciso esclarecer duas coisas, principalmente para os leitores desse blog que não são jornalistas: é possível, sim, separar a vida pessoal da profissional; e, claro, dá para ter duas contas no twitter. Essa história de que jornalista tem que ser jornalista 24 horas é a base do sistema de exploração trabalhista que obriga repórteres, em todo o Brasil, a trabalhar sem hora extra, ser incomodado nas férias e interrompido nos fins de semana, como se fossem cirurgiões de guerra. Também é responsável, na outra ponta, por estimular jornalistas que se tornam escravos de si mesmo, ao ponto de, mesmo em festas de crianças e batizados de bonecas, passarem todo tempo molestando alguma fonte infeliz que calhou de frequentar o mesmo espaço.
A interdição imposta aos jornalistas pelas empresas de comunicação tem servido, entre outras coisas, para a despolitização das novas gerações de repórteres, instadas a acreditar que são meros repassadores de notícias e tarefeiros de redações. Desse triste amálgama é que surgem esses monstrinhos entusiasmados com teses fascistas, bajuladoras profissionais e bestas-feras arremessados sobre o cotidiano como cães raivosos, com carta branca para fazer, literalmente, qualquer coisa.
Não causa mais estranheza, mas é sempre bom expor o paradoxo dessa posição da ombudsman, que não é só dela, mas do sistema na qual ela está inevitavelmente inserida, desde que o pensamento reacionário e de direita passou a ser bússola fundamental da imprensa brasileira. Digo paradoxo porque o mesmo patronato que confunde, deliberadamente, liberdade de expressão com liberdade de imprensa, para evitar a regulação formal da atividade midiática, é esse que baixa norma sobre norma para impedir seus funcionários de se manifestarem no ambiente de total liberdade das redes sociais, notadamente o Twitter e o Facebook. Não o fazem, contudo, por zelo profissional.
Essa interdição visa, basicamente, evitar que os jornalistas opinem, publicamente, sobre a própria rotina e, assim, exponham as mazelas internas das corporações de mídia. Ou que expressem opiniões contrárias à de seus patrões. Foi assim, por exemplo, no caso da bolinha de papel na cabeça de José Serra, na campanha de 2010. Aquela farsa ridícula foi encampada, sem nenhum respeito ao cidadão consumidor de notícia, por quase toda a imprensa, por imposição editorial. Diversos colegas jornalistas, alguns que sequer conheço, me mandaram mensagens (um me abordou numa livraria de Brasília) implorando para que eu tratasse do assunto nas redes sociais. Todos me informaram que seriam demitidos sumariamente se contestassem, no Twitter e no Facebook, a tese patética do segundo ataque com um rolo de fita crepe. Todos, sem exceção.
A ética do jornalista é a ética do cidadão, dizia um grande jornalista brasileiro, Cláudio Abramo, aliás, responsável pela modernização de O Estado de S.Paulo e da Folha, nos anos 1960 e 1970. Portanto, nada mais natural que tenha o jornalista os mesmos direitos do cidadão, aí incluído o de se expressar. Impedi-lo, sob um argumento funcional, de exercer seu direito de opinião e crítica é, no fim das contas, mais um desses sinais de decadência moral da mídia brasileira. E, claro, retrato fiel do que ela se tornou nos últimos anos.
Leia também:
e por falar em trabalho escravo
Tecidos sobre a pele
Terra,
Terra,
antes que alguém morra
escrevo prevendo a morte
arriscando a vida
antes que seja tarde
e que a língua
da minha boca
não cubra mais tua ferida
entre/aberto
em teus ofícios
é que meu peito de poeta
sangra ao corte das navalhas
e minha veia mais aberta
é mais um rio que se espalha
amada de muitos sonhos
e pouco sexo
deposito a minha boca no teu cio
e uma semente fértil
nos teus seios como um rio
o que me dói é ter-te
devorada por estranhos olhos
e deter impulsos por fidelidade
ó terra incestuosa
de prazer e gestos
não me prendo ao laço
dos teus comandantes
só me enterro à fundo
nos teus vagabundos
com um prazer de fera
e um punhal de amante
de prazer e gestos
não me prendo ao laço
dos teus comandantes
só me enterro à fundo
nos teus vagabundos
com um prazer de fera
e um punhal de amante
minha terra
é de senzalas tantas
enterra em ti
milhões de outras esperanças
soterra em teus grilhões
a voz que tenta – avança
plantada em ti
como canavial que a foice corta
mas cravado em ti
me ponho a luta
mesmo sabendo - o vão
estreito em cada porta
usina
usina
mói a cana
o caldo e o bagaço
usina
o caldo e o bagaço
usina
mói o braço
a carne o osso
usina
a carne o osso
usina
mói o sangue
a fruta e o caroço
tritura suga torce
dos pés até o pescoço
a fruta e o caroço
tritura suga torce
dos pés até o pescoço
e do alto da casa grande
os donos do engenho controlam
: o saldo e o lucro
os donos do engenho controlam
: o saldo e o lucro
arturgomes
obs.: publicado originalmente em 1985 no livro Suor & Cio este poema será lançado na Antologia Poetas do Brasil – volume 13 na semana de 3 a 8 de outubro dentro da programação do XIX Congresso Brasileiro de Poesia
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usina
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
BESTIARIO DEL DIOSCÓRIDES
El Instituto de Artes Gráficas de Oaxaca los invita a la Inauguración
Luis Moro
Bestiario del Dioscórides
Bestiario del Dioscórides
Viernes 9 de septiembre de 2011
19:00 hrs.
Macedonio Alcalá 507
A Luis Moro su particular Bestiario le persigue. Por fortuna, fecundamente, porque parece inagotable. La abstracción de su pintura siempre estuvo poblada de animales terrestres, volátiles, acuáticos; mitad seres reales, mitad ensoñaciones. En cualquier caso, seres siempre fantásticos.
Durante años, y van más de treinta de trabajo, el pintor segoviano ha indagado en un universo lleno de vida irracional. Animales en ocasiones más fieros que bestias, en otras mansos y amables.
Ese bestiario íntimo de Moro ha dado al artista magníficos resultados y en el "Año del doctor Andrés Laguna", su bestiario particular ha dejado de ser menos particular y más ilustrativo.
El bestiario de Moro encaja a la perfección con aquel otro Bestiario que el médico y humanista del siglo XVI dejo impreso en el Dioscórides Anazarbeo.
Luis Moro presentó en la Galería "La Casa del siglo XV" y en la Feria Estampa de Madrid una versión moderna del Bestiario. El medio centenar de páginas que en su traducción del Dioscórides dedica Andrés Laguna al Bestiario, ha recibido nuestras ilustraciones -cerca de sesenta- ideadas por Moro, cuatro siglos después del original.
Durante años, y van más de treinta de trabajo, el pintor segoviano ha indagado en un universo lleno de vida irracional. Animales en ocasiones más fieros que bestias, en otras mansos y amables.
Ese bestiario íntimo de Moro ha dado al artista magníficos resultados y en el "Año del doctor Andrés Laguna", su bestiario particular ha dejado de ser menos particular y más ilustrativo.
El bestiario de Moro encaja a la perfección con aquel otro Bestiario que el médico y humanista del siglo XVI dejo impreso en el Dioscórides Anazarbeo.
Luis Moro presentó en la Galería "La Casa del siglo XV" y en la Feria Estampa de Madrid una versión moderna del Bestiario. El medio centenar de páginas que en su traducción del Dioscórides dedica Andrés Laguna al Bestiario, ha recibido nuestras ilustraciones -cerca de sesenta- ideadas por Moro, cuatro siglos después del original.
Los grabados y los dibujos que dieron pie a esas ilustraciones del moderno Bestiario son los que recoge la exposición con arañas, salamandras, caballitos de mar, ranas, gallos y otros seres medicinales o no, pero siempre en evocación abstracta.
Teresa Sanz Tejero
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Um homem de palavras
Poeta que desbravou fronteiras e firmou seu nome em vários estados brasileiros, Artur Gomes traz de volta ao público campista seu talento nas artes gráficas por meio de oficinas de vídeos e criações cine-poéticas.

Artur Gomes. Esse nome, dito assim, sem complementos, significa por si só. Poeta e artista reconhecido não só nas regiões Norte e Noroeste Fluminense, mas também em Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, entre outros lugares, o campista, que nasceu na fazenda Cacomanga, há muitos anos fez com que sua paixão pela palavra não ficasse restrita ao papel, mas atingisse, também, meios de expressão como o teatro e o audiovisual, que espalharam sua arte país afora. Hoje, no entanto, é a cidade natal que está acompanhando o retorno de Artur às várias atividades pelas quais já fora reconhecido.
Atualmente, ele está de volta ao Instituto Federal Fluminense (IFF), por onde se aposentou e por onde exerceu, por vários anos, as atividades de técnico em artes gráficas e professor de artes cênicas. O retorno é marcado pelo Projeto Multimídia Cine-Vídeo, em que Artur ministra oficinas de produção áudio-visual voltadas para os alunos que necessitam da apreensão da linguagem em vídeo, tão fundamental nos tempos modernos, como explica Artur. "Tenho trabalhado com os alunos que já estão fazendo oficina de fotografia, pois já possuem um domínio de câmera. Mas as oficinas são espontâneas, e o importante é ensinar o aluno a aproveitar as possibilidades da ferramenta", explica Artur. "Hoje, as maiores produções em vídeo do mundo, desde catástrofes até acontecimentos banais da indústria do entretenimento são feitas por amadores. Por isso a importância da apreensão da linguagem em vídeo", diz.
O projeto no IFF, no entanto, é pouco para dar conta da sede de Artur Gomes por cultura. Outra atividade em que ele mergulhou de cabeça foi o Projeto Conexões Urbanas, promovido pelo Sesc Rio – Unidade Campos, onde também se utiliza de sua experiência com o audiovisual. "O Conexões Urbanas acontece no Ciep Wilson Batista, aos sábados, com oficinas de skate, graffiti, dança de rua, basquete de rua e hip hop. Nele, estou captando imagens para, depois, produzir um vídeo e realizar uma mostra, que será exibida no Ciep e no Sesc. É outra forma de difundir a importância do audiovisual", observou.
Mas, apesar do aporte empírico e técnico na área visual estar em evidência, Artur Gomes é, foi e sempre será reconhecido também pelo trabalho como poeta. Com mais de 10 livros e festivais de poesia conquistados, além de dezenas de recitais, saraus e eventos teatrais, o poeta não deixa sua verve oculta nesse momento de retorno. "No mês passado, apresentei, no Palácio da Cultura, o ‘Artur Gomes Poesia In Concert’, espetáculo multimídia em que recitei poemas meus e de outros autores que julgo fundamentais, como Torquato Neto e Paulo Leminski, contando, ainda, com a participação do músico Mateus Nicolau. A poesia sempre fará parte da minha vida, pois é uma paixão que vem desde os 14 anos", revelou.
A poesia de Artur, que sempre caminhou rente entre o amor pela palavra e pelas causas sociais, pode ser exposta pelos versos de Cacomanga, que ilustram a sua propensão lírica: "Ali nasci / Minha infância era só canaviais / Ali mesmo aprendi / A conhecer os donos de fazenda / E odiar os generais". Eis Artur Gomes. Sem retoques.
Matéria realizada em: 18/08/11
Redação maniadesaude@jornalmaniadesaude.com.br | ![]() |
sábado, 3 de setembro de 2011
a cidade e seus contrastes
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